terça-feira, 19 de fevereiro de 2008

1, 2, 3 experiência...A história de Britches.

Britches é o nome de um pequeno macaco que nasceu numa colónia destinada á criação de animais para testes na Universidade de Riverside na Califórnia em Março de 1985.

Logo após o seu nascimento foi separado da mãe por “cientistas” e as suas pálpebras foram cozidas.


Na cabeça foi-lhe aplicado um aparelho que a cada 2 minutos emitia um som ensurdecedor.

A 21 de Abril de 1985 activistas da Frente de Libertação Animal (ALF – Animal Liberation Front) entraram no laboratório e salvaram Britches e outros animais, entre os quais cães, gatos e ratos, também sujeitos a testes.


Após ter sido salvo, Britches, apresentava sinais de loucura, comportamento neurótico, espasmos e chorava constantemente sem razão aparente.

Gradualmente estes sintomas desapareceram, e a ALF acabou por encontrar uma mãe adoptiva para Britches num santuário para animais no México.


Esta experiencia macabra, que envolveu 24 macacos recém nascidos, visava o estudo da cegueira em crianças.

Após a ALF entrar no laboratório e revelar junto do público imagens das experiências macabras que ali decorriam, a direcção da Universidade defendeu que estas experiências eram imprescindíveis para o tratamento e conhecimento da cegueira nos humanos.

Estes argumentos, no entanto, não encontraram eco junto da opinião pública, da comunidade cientifica e do Conselho dos Cegos da América e, graças á acção da ALF, 8 das 17 experiências que a Universidade promovia e patrocinava foram proibidas.

Grant Mack, presidente do Concelho de Cegos da América definiu esta experiência como “repugnante e concebida por mentes perversas e doentes”

Infelizmente existem muitos mais testes repugnantes e concebidos por mentes perversas realizados em animais que tornam a vivissecação (dissecção praticada num animal vivo, para estudo) em um dos crimes mais hediondos cometidos pelos humanos contra as espécies não humanas.

Para terem uma ideia do que estou a escrever, posso-vos relatar duas experiências realizadas em animais, que por incrível que possa parecer foram financiadas por bolsas estatais:

A experiência foi denominada de "teste de amor maternal", e consiste no seguinte:
uma macaca foi colocada com o filho nos braços, sobre uma plataforma escaldante.
Motivo: descobrir se o animal usaria o filho para se salvar ou se sacrificaria para salvar o filho.
A macaca sacrificou-se para salvar o filho...

Outro sádico inventou um sistema que permitia amarrar macacos em troncos e atira-los contra uma parede.
Conclusão da experiência: o grau de ferimento é relacionado com a velocidade do veículo.
Duzentos macacos tiveram de morrer para provar essa verdade cientificamente...

Não pensem que estas experiências são casos isolados e raros, pois a cada segundo que passa um animal é morto num laboratório.


Em 2007 estima-se que 400 milhões de animais tenha sofrido e sucumbindo ás mãos de “cientistas” em todo o mundo.

A experimentação animal decorre de forma secreta em laboratórios em Portugal e em todo mundo e enquanto escrevo este post, animais das mais diversas espécies, estão a ser sujeitos a todo o tipo de crueldades.

São queimados, mutilados, têm os seus membros deliberadamente partidos, são forçados a ingerir produtos tóxicos, são-lhes introduzidas nos olhos substâncias nocivas, são sujeitos a radiações, são propositadamente infectados com doenças que muitas vezes nunca os afectariam, entre uma série de outros actos invasivos e dolorosos que são praticados dentro de salas estéreis e fechadas onde o olhar do público permanece quase inacessível.

Estes testes são realizados em nome da ciência, em nome da segurança dos produtos que consumimos e em nome dos progressos da medicina.

A realidade é que estes testes têm como consequência um atraso de décadas na evolução da medicina dadas as diferenças fisiológicas óbvias existentes entre os humanos e as espécies não humanas.

Deixo-vos alguns exemplos (estes exemplos foram compilados do site da ANIMAL em: http://animal.webnation.pt/index.php?option=com_content&task=view&id=105&Itemid=165 )


A vacina contra a poliomielite, que foi muitas vezes referida como um exemplo da razão pela qual as experiências em animais são necessárias, foi na verdade atrasada durante décadas dado que as experiências realizadas em macacos levaram a uma má compreensão do mecanismo infeccioso da poliomielite.


O mesmo aconteceu com a insulina, que, enquanto em experiências com cães se revelava fatal para estes – e, portanto, não segura para humanos –, quando finalmente usada em humanos com diabetes tornou-se vital para salvar-lhes as vidas.

Enquanto a morfina acalma humanos e ratos, no entanto, excita os gatos.

A aspirina causa deficiências aos fetos de gatos e cães, mas não aos humanos.

A penicilina é um excelente antibiótico para humanos, mas mata porquinhos-da-índia. Os porquinhos-da-índia só conseguem respirar pelo nariz e não pela boca, como conseguem os humanos.Um medicamento que se revelou útil na Doença do Legionário em humanos, não preveniu a morte de porquinhos-da-índia infectados com a doença.

O medicamento para o cancro de mama “Tamoxifen” foi designado como um contraceptivo oral. De facto, é-o em ratos, mas em mulheres tem exactamente o efeito oposto. Hoje em dia, é utilizado no tratamento de cancro da mama, muito embora em alguns estudos tenha provocado cancro em ratos.Os ratos são incapazes de vomitar, ao contrário dos humanos.

O medicamento para o tratamento de cancro “6-Azauridine” pode ser utilizado por humanos durante longos períodos, mas, em cães, doses pequenas causam-lhes a morte em poucos dias.

A introdução das transfusões de sangue na medicina foi atrasada durante 200 anos por causa dos seus maus resultados em experiências com animais.


A introdução de transplantes da córnea na medicina foi atrasada cerca de 90 anos devido aos maus resultados em experiências com animais.


Depois de um projecto onde foram usados 18.000 ratinhos, o “Teropterin” foi usado para tratar a leucemia aguda em crianças, mas as crianças morreram mais rapidamente do que se não tivessem sido tratadas de todo.

O medicamento para o coração, “Eraldin”, foi testado em animais de forma satisfatória. Nenhum dos testes feitos acautelou os efeitos secundários que foram registados em humanos: cegueira, problemas de estômago e dores gerais.

O “Opren”, um medicamento contra a artrite que foi testado com sucesso em animais, causou mais de 70 mortes e efeitos secundários graves em 3500 humanos, que incluíam problemas de pele, de olhos, de circulação, de fígado e de rins.

O progresso científico é atrasado pela experimentação animal pois, enquanto se mantêm animais como recursos de investigação baratos e fáceis de conseguir e de utilizar, não há um verdadeiro estímulo para procurar e utilizar métodos não-animais, embora estes sejam mais avançados, fiáveis e eficazes.

Os testes em animais limitam-se a alimentar e a fomentar os financiamentos e as bolsas para investigação bio-médica, bem como o negócio dos criadores de animais para utilização como cobaias.

O negócio e o sadismo sobrepõem-se ao progresso e à ciência.



Se pudéssemos imaginar o que se passa, constantemente, nos laboratórios de vivissecção, não poderíamos dormir em paz e em nenhum dia estaríamos felizes e tranquilos. Dr. Ralph Bircher


Quem desejar aprofundar mais este tema poderá aceder a:


http://www.infonature.org/english/world_news/eng-nature_news_animal_torture.htm


Quem quiser assistir ao video com o resgate de Britches aceda a:


http://www.youtube.com/watch?v=zd95gVyFo5U


sábado, 2 de fevereiro de 2008

A Nova Revolução

Por razões profissionais tive de jantar com alguns colegas num Rodízio.

Enquanto todos á minha volta mastigavam os animais, eu alimentava-me com as minhas leguminosas, arroz e salada.


O tema sobre a alimentação vegan acabou por se tornar o principal tópico de conversa, e passo-vos a relatar algumas das frases que ouvi:


- “Se as crianças não comerem carne têm problemas de crescimento, e as crianças vegetarianas têm imensos problemas”


- “ Ser ervanário é uma filosofia de vida!”


- “ Os nossos dentes são para rasgar a carne! Isso é ensinado desde a primária!”


-"O Homem sempre comeu carne"

É triste, e ao mesmo tempo interessante, ver como alguns comportamentos estão tão enraizados que qualquer argumento contrário chega a ser considerado quase ultrajante e é prontamente ridicularizado.


Esta questão chega a ter quase um carácter dogmático e aconselho cuidado a quem ousar em afirmar o contrário.


"O costume é capaz de justificar as pessoas em qualquer atrocidade" George Bernard Shaw

Sem querer fazer paralelismo entre as situações, foi impossível não me lembrar do que terão sofrido os abolicionistas quando reivindicaram o fim do escravatura, que foi desde o inicio da humanidade e até ao sec. XIX pedra angular das economias.

E do que sofreram as sufragistas até Kate Sheppard ter conseguido o impensável, especialmente para todos os homens, ao garantir o direito de voto ás mulheres em 1893 na Nova Zelândia.

Não perdi, de forma alguma, a esperança de que a Libertação Animal e, consequentemente, a Libertação Humana é possível, tenho, no entanto, a perfeita consciência que será, porventura, a revolução humana mais difícil de concretizar.

O passo lógico na evolução moral humana será a aceitação dos direitos das espécies não humanas e a aplicação da ética, que actualmente temos reservada à nossa espécie, às mesmas.

"O erro da ética até ao momento têm sido a crença que só devemos aplicá-la em relação ao homem" Albert Schweitzer

É uma demanda que luta por uma revolução e não por uma reforma.

Pelo fim da escravatura das espécies não humanas e contra os humanos que as escravizam.

Os direitos da espécies não humanas, o fim do especismo, é sem dúvida a ideia mais radical de todos os tempos:

Os animais não são alimentação, não são roupa, não são recursos, não são entretenimento.

Todos os que lucram com a exploração animal ridicularizam e criminalizam qualquer pessoa que defenda os direitos das espécies não humanas e banalizam a sua exploração.

A nossa tarefa é transcender a fronteira confortável do humanismo e estendermos qualitativamente a nossa moral às espécies não humanas.

Acredito que os humanos se possam reinventar e encontrem formas que redefinam a humanismo, a cultura e a economia sem o recurso à crueldade.

Anseio que a mesma humanidade que conseguiu superar a tirania e os dogmas religiosos, que superou o racismo e o sexismo consiga agora superar o especismo e abraçar definitivamente uma ética universal que honre toda a vida.

"Primeiro foi necessário civilizar o homem em relação ao próprio homem. Agora é necessário civilizar o homem em relação à natureza e aos animais." Victor Hugo

terça-feira, 15 de janeiro de 2008

O maior equívoco de sempre ou a criança, o coelho, a maçã e o tigre.

O facto de o ser humano ser omnívoro é um dado adquirido pela generalidade das pessoas.

Se o ser humano, no entanto, fosse omnívoro deveria possuir todas as características físicas e bioquímicas para camer vegetais e carne.

Se no primeiro caso tal acontece, no caso da carne não me parece que tenhamos garras para matar, dentes afiados para rasgar a carne ou a capacidade para a digerir sem estar cozinhada sem o risco de ficarmos doentes.

A verdade é que a natureza dotou-nos de todas as características patentes nos herbívoros e de nenhuma daquelas presentes nos carnívoros.

Proponho-vos dessa forma apontar estas características uma por uma.

As principais características dos carnívoros são:

1. Têm garras.
2. Não têm poros. Transpiram pela língua.
3. Dentes caninos frontais alongados, fortes e pontiagudos para rasgar a carne.
4. Ausência de dentes molares posteriores para triturar alimentos.
5. Glândulas salivares pequenas na boca (glândulas bem desenvolvidas são necessárias na pré-digestão de cereais e frutas).
6. Saliva ácida.
7. Ausência de ptialina, enzima responsável pela pré-digestão dos cereais.
8. Trato intestinal 3 vezes o tamanho do corpo, para que a carne em decomposição possa ser eliminada rapidamente.
9. Estômago simples e arredondado.
10. Forte concentração de ácido clorídrico no estômago, para digerir a carne.
11. Cólon liso.
12. Urina ácida.
13. Mandíbula alongada para a frente.

As principais características dos herbívoros são:
1. Não têm garras.
2. Transpiram através de milhares de poros.
3. Ausência de dentes caninos frontais pontiagudos.
4. Dentes molares posteriores achatados, para triturar.
5. Glândulas salivares bem desenvolvidas, necessárias à pré-digestão de cereais e frutas.
6. Saliva alcalina.
7. Profusão de ptialina.
8. Trato intestinal 10 a 12 vezes o comprimento do corpo.
9. Estômago em três ou quatro compartimentos.
10. Ácido do estômago 20 vezes menos concentrado que nos carnívoros.
11. Cólon convoluto.
12. Urina alcalina.
13. Mandíbula levemente alongada

As principais características dos humanos são:

1. Não tem garras.
2. Transpira através de milhares de poros.
3. Ausência de dentes caninos frontais pontiagudos.
4. Dentes molares posteriores achatados, para triturar.
5. Glândulas salivares bem desenvolvidas, necessárias à pré-digestão de cereais e frutas.
6. Saliva alcalina.
7. Profusão de ptialina, para pré-digerir cereais.
8. Trato intestinal 10 a 12 vezes o comprimento do corpo.
9. Estômago com um duodeno como segundo estômago.
10. Ácido do estômago 20 vezes menos concentrado do que nos carnívoros.
11. Cólon convoluto.
12. Urina alcalina.
13. Mandíbula curta.

Corrijam-me se estiver errado, mas parece-me bastante improvável que a inteligência, a capacidade de criar armas e ferramentas seja responsável e tenha a capacidade de transformar fisiologicamente os humanos em omnívoros.

Pois, conforme referi, não encontro uma única característica comum entre os carnivoros e os humanos.

A verdade é que foi somente devido ao uso das armas e das ferramentas que o homem iniciou o seu processo de comer carne.

O hábito pelo consumo de carne surge de uma forma contra-natura e o seu consumo é-nos imposto desde que somos crianças, sendo esse hábito adquirido a partir desse momento.

O Dr. William Roberts, editor chefe do The American Journal of Cardiology e professor na Universidade de Baylor afirma:
“ Os seres humanos não são carnívoros. Quando matamos animais para comer, eles acabam por nos matar devido á sua carne – que contem colesterol e gordura saturada – que nunca foi destinada aos humanos que são naturalmente herbívoros”

Aceito que este assunto seja controverso e que existam muitos que olhem para esta questão com desconfiança.

Permitam-me, dessa forma, cite Harvey Diamond
"Coloque uma criança de dois anos dentro de uma cerca com um coelhinho e uma maçã. Se a criança comer o coelho e brincar com a maçã, eu compro-lhe um carro novo."

Da mesma forma, coloque um filhote de tigre de seis semanas numa área fechada (aconselho vivamente a deixar a criança de dois anos do lado de fora) com um coelhinho e uma maçã.

O que é que acham que o tigre vai fazer?

O que todos os carnívoros fazem quando encontram uma presa.

Não há instinto assassino e carnívoro em seres humanos quando somos jovens.

Isto porque nascemos herbívoros.

quarta-feira, 9 de janeiro de 2008

A Vaca Que Chora...

Se vos pedir para imaginarem uma vaca, a grande maioria imaginará uma vaca num pasto verde.

É essa a imagem que a industria de lacticínios incutiu na nossa percepção colectiva e aquela que grande parte das pessoas toma como verídica.

Nos pacotes, nos queijos, nos iogurte, em todos os derivados do leite, geralmente está sempre uma vaca, ou uma ovelha ou cabra, feliz. A vaca que ri

A realidade está, no entanto, muito longe desta imagem...

O processo de produção de leite é o seguinte:


As vacas leiteiras são confinadas a um pequeno espaço e engravidadas repetidamente, através de inseminação artificial. São obrigadas a ter um cria por ano de forma a assegurar que produzam leite para os próximos 10 meses.

Máquinas especificas para ordenhar são ligadas ás tetas da vaca, num processo doloroso que conduz ao aparecimento de várias doenças como mastites (infecções nas tetas) duradouras e que provocam fraqueza crónica, sendo que muito do leite que lhes é retirado vem com pus e sangue.


Uma vaca no seu habitat natural, têm uma esperança média de vida de cerca de 25 anos, mas as vacas leiteiras são mortas aos 4 ou 5 anos de vida, após já não conseguirem produzir leite nas quantidades requeridas.

Depois de uma curta mas dolorosa vida as vacas são processadas e transformadas em caldos para sopas, ração para animais de companhia ou hambúrguers.

Um dos lados mais cruéis deste processo acontece com as crias das vacas, que são retiradas às mães com apenas um dia de vida.

Os bebés machos são mortos no momento, ou presos em celas diminutas, para serem transformados em carne de vitela.

Às fêmeas, se não forem mortas e transformadas em carne de vitela, aguarda-as um destino igual ao das mães, ou seja, serão criadas para se tornarem vacas leiteiras.

O sofrimento causado ás mães e ás crias é agonizante.

As vacas podem chamar durante dias seguidos pelas suas crias recém-nascidas que lhes são retiradas, e as crias chamam continuamente pelas mães.

As vitelas são muitas vezes sujeitas à amputação das caudas e dos chifres, e ao corte dos testículos, quando se trata de vitelos; são queimadas com ferros quentes para as marcarem, o que lhes provoca queimaduras de terceiro grau; as suas orelhas são furadas para ficarem com brincos de identificação e, aos machos, os cornos são-lhes serrados a sangue frio.

Em todos estes procedimentos extremamente dolorosos (que não são feitos por veterinários), não são administrados quaisquer anestésicos ou analgésicos aos animais para os aliviar das dores extremas que lhes causam.

A carne de vitela, bastante apreciada por muitos consumidores, têm como principais características o facto de ser bastante macia e clara.

O processo que garante que a carne adquira essas "qualidades" é o seguinte:

Os vitelos são colocados numa jaula de madeira que os imobiliza totalmente não sendo sequer permitido deitarem-se. Esta imobilização visa restringir ao máximo qualquer movimento de forma a que o vitelo não ganhe músculo.

A carne macia é uma prioridade.

A cor clara da carne é garantida através de uma alimentação pobre em ferro, que provoca anemia, pneumonia e diarreia.

A falta de ferro é tão sentida pelos animais, que nada na pequena jaula á qual estão confinados pode construído em metal ferruginoso, pois os vitelos entram em desespero para lamber esse tipo de material.


Embora sejam animais com aversão natural à sujidade, a falta do mineral faz com que muitos comam seus próprios excrementos em busca de resíduos de ferro.

A alimentação fornecida é líquida e altamente calórica, de forma a garantir que a carne seja macia e que os animais engordem rapidamente.

Para forçar que os vitelos a comer o máximo possível, nenhuma outra fonte de líquido é oferecida, fazendo com que estes comam mesmo quando somente têm sede.

Com o uso destas técnicas, verificou-se que muitas crias entravam em desespero, ferindo-se pela sua agitação e descontrole no espaço reduzido.

Os produtores, no entanto, encontraram rapidamente uma solução para o problema:
a total ausência de luz.

Os vitelos são mantidos em total escuridão durante 22 horas do dia. A luz somente é acesa nos momentos da limpeza dos estábulos.

Depois de 14 semanas nestas condições os bezerros são pendurados com correntes pelas patas, e degolados com um corte na jugular. Muitos não têm morte imediata e ficam em agonia enquanto lambem o próprio sangue...

Nunca viram a luz do Sol.

Nunca provaram o leite da mãe.

Não acredito que a maioria das pessoas que comem e apreciam esse tipo de carne tenham a menor ideia de todo o processo ligado á sua produção.

A criação de vitelas para abate, um subproduto e uma consequência directa da indústria do leite, é um dos mais imorais e repulsivos crimes cometidos contra as espécies não humanas.

E porquê ?

A importância do leite na saúde humana justificará este cenário?

As vantagens do leite, promovidas pelas empresas produtoras de leite, são muitas...

É indispensável ao crescimento?

A sua ausência pode originar uma carência de cálcio e ferro?

A resposta a estas questões é: SIM

É indispensável ao crescimento do VITELO.

A sua ausência provoca graves carências ao VITELO.

Afinal de contas foi para ele que o leite foi produzido e não para o ser humano.

Ao ser humano não fornece cálcio, nem estimula o crescimento, mas fornece uma extensa lista de problemas, como alergias, flatulência, diabetes, prisão de ventre, infecções no ouvido, intolerância á lactose, doenças cardíacas, cancro da mama, osteoporose, cancro da próstata, doença de Crohn, cólicas, autismo, obesidade, acne, etc...

O facto de que o leite é a maior fonte de cálcio disponível é uma falsidade que assenta numa publicidade brilhantemente executada pela industria de lacticínios que resultou num brainwash global.

O leite contêm grandes quantidades de cálcio, no entanto, este está presente numa forma que torna impossível a sua total absorção pelo corpo humano.

As melhores fontes de cálcio disponíveis aos humanos estão presentes no leite materno, nos vegetais, na fruta e nos frutos secos.

O tratamento ao qual o leite é sujeito também está longe de ser benéfico para o ser humano.

A homogeneização, por exemplo, destina-se a aumentar a data de validade do leite, e têm como consequência a criação de um enzima (xanthine oxidate) que provoca danos no sistema arterial humano com consequências graves.

As hormonas injectadas nas vacas têm consequências graves na saúde humana, nomeadamente gerando graves distúrbios hormonais, especialmente nas mulheres, e menstruação antecipada em crianças do sexo feminino.

As enormes doses de combinados de antibióticos injectados nas vacas estão, posteriormente, presentes no leite e nas pessoas que consomem grande numero de lacticínios.

Não querendo correr o risco de ser demasiado exaustivo, sobre todos os problemas inerentes ao consumo de leite, convido quem estiver interessado , a visitar os seguintes sites , e a verificar e analisar algumas opiniões médicas sobre as consequências do consumo de lacticínios:

http://www.worldchiropracticalliance.org/tcj/2001/feb/feb2001twarner.htm ; http://www.pcrm.org/health/Info_on_Veg_Diets/milk.html ; http://www.pcrm.org/health/Info_on_Veg_Diets/dairy.html ; http://www.notmilk.com/deb/100498.html

A relevância do leite para a saúde humana assenta em inúmeros mitos e dogmas sem qualquer fundo de verdade e sustentam uma industria que movimenta muito dinheiro, o que permite patrocinar campanhas de “sensibilização” sobre os “benefícios” do leite junto dos consumidores.

Factos:
1 º Facto: O ser humano é o único animal que bebe leite produzido por outra espécie.


2º Facto : O ser humano é o único ser vivo que bebe leite em adulto.

3º Facto : As vacas produzem leite pela mesma razão que as mulheres humanas o fazem, ou seja, para alimentar os seus filhos, apenas.

4º Facto: O seu consumo, e dos seus derivados, promove uma industria baseada na exploração de animais.

5º Facto: A carne de vitela, e todo o sofrimento que está inerente á sua obtenção, é um subproduto da industria do leite.

A vaca não ri, a vaca chora...

domingo, 6 de janeiro de 2008

A libertação animal, afinal, também é a libertação humana.

Antes de começar a escrever sobre as verdades e os factos inerentes à criação intensiva de animais para consumo, testes em animais, e outras formas de exploração ás quais sujeitamos os seres não humanos, penso que será importante escrever sobre as várias razões pelas quais as pessoas deverão adoptar uma dieta vegetariana. Não irei ser demasiado exaustivo, pois, felizmente existem inúmeros sites e publicações sobre este tema.
O processo de adopção de uma dieta vegetariana, geralmente, não sucede de um momento para o outro, mas é, sim, um processo evolutivo gradual.
No meu caso, pelo menos, e nos casos que conheço, foi assim.
Primeiro deixei de comer mamíferos, depois aves, depois passei uma longa fase a comer somente peixe, que abandonei posteriormente, bem como o marisco. Até abandonar o leite, do qual nunca fui grande adepto, e os ovos não demorou muito, e de momento o único produto de origem animal que como, e muito raramente, é o queijo.
Acredito que dentro de algum tempo também deixe de comer queijo.
Não estabeleço, no entanto, metas. Sei que irá acontecer.
Tudo têm sucedido de acordo com a minha consciência e disponibilidade.
Encaro cada passo como um upgrade que faço, e a partir do qual só retiro vantagens.
Muitas vezes perguntam-me se não tenho saudades de comer carne.
Acreditem que não tenho...
Nenhumas.
O corpo esquece facilmente, e o que anteriormente era tido como indispensável rapidamente se torna dispensável.
Neste processo que iniciei á 2 anos, posso-vos garantir uma coisa:

Existem várias razões e justificações para uma pessoa se tornar vegetariana, e garanto-lhes que nenhuma para não o serem, a não ser o puro capricho.
Contrariamente ao que a maioria das pessoas pensa é perfeitamente possível viver sem o consumo de qualquer animal e seus derivados.

Posso-vos, inclusive, assegurar que viverão muito melhor se o fizerem.
Os vegetais, em toda a sua variedade, podem perfeitamente preencher todos os requisitos nutricionais dos humanos.
Mas voltemos ás principais razões para a adopção de uma dieta vegetariana:


O respeito pelas espécies não humanas;

A preservação do ambiente;
A saúde;
O respeito pelos humanos.

Respeito pelas espécies não humanas:
A cada segundo que passa milhares de animais são mortos em matadouros em todo o mundo. Para a grande maioria desses animais a morte surge após uma vida passada em condições deploráveis, onde são tratados como meros objectos. São alimentados artificialmente com hormonas, antibióticos e suplementos artificiais, castrados, abusados e amontoados em espaços diminutos á espera de morrer.
Os animais são seres sencientes, ou seja, são conscientes e podem experimentar o sofrimentos a nível físico e psicológico, e como tal têm interesse em evitar a dor, procurar o bem-estar e em preservar a vida.

A ética e a moral deveriam obrigar-nos, dessa forma, a respeitar esses seres e os seus interesses básicos. Algo que não o fazemos e sobre o qual Albert Schweitzer disse “O erro da ética até o momento tem sido a crença de que só se deva aplicá-la em relação aos homens."
A exploração de todos os seres não humanos por parte dos humanos, não só para a alimentação mas também para o vestuário, a experimentação científica, o entretenimento, entre outros, é definido por especismo (conceito criado por Richard Dyer e desenvolvido por Peter Singer e Tom Reagan).
O especismo atribui uma maior importância moral aos membros da sua espécie simpleste por pertencerem à sua espécie.
Tal como o racismo pressupõe uma superioridade moral aos membros da sua raça, pelo simples pressuposto de pertencerem á sua raça, e tal como o sexismo atribui superioridade moral aos membros do seu sexo pelo facto de pertencerem ao seu sexo.
Quem considera o racismo e sexismo condenáveis, não pode, dessa forma, deixar de condenar a exploração dos seres não humanos, ou seja, o especismo, sob pena de estar em contradição moral.

Preservação do Ambiente:
Graças a inúmeros documentários, alguns dos quais até dão direito a prémio Nobel, a preservação ambiental está definitivamente na moda.

Enquanto se gastam enormes somas de dinheiro na procura de soluções para o aquecimento global, poluição e outros problemas, raramente se refere que a maior causa dos problemas ambientais reside na não adopção de uma dieta vegetariana.
Senão vejamos, a maior causa da para o abate de árvores é a necessidade terras para o cultivo de cereais para o gado. Além da desflorestarão dos pulmões do planeta esta prática está a levar milhares de espécies á extinção que perdem o seu habitat natural. Ao comermos carne, dessa forma, estamos a contribuir para a principal causa do aquecimento global.
No mar, métodos cada vez mais avançados de pesca estão a levar á extinção de cada vez um maior número de espécies, alterando por completo o equilíbrio dos ecossistemas.
A produção intensiva de animais para consumo produz mais poluição, erosão e maior gasto de água e combustíveis do que os necessários para a produção de alimentos indispensáveis para uma dieta vegetariana.

Por exemplo: Para produzir 1 kg de carne bovina são gastos aproximadamente 15 mil litros de água (incluindo a rega das plantas, a higiene do animal, etc); para produzir 1kg de soja são gastos menos de 1300 litros de água, cerca de 10%. A economia de água é, portanto, superior a 90%, sem que o bife traga necessariamente um valor acrescentado significativo relativamente ao cereal.
Esta, sim, parece-me ser a uma verdade incoveniente.

Saúde:
Diversos estudos clínicos comprovam que uma dieta vegetariana trás inúmeras vantagens á saúde.
Uma dieta vegetariana equilibrada é geralmente eficaz em equilibrar os níveis de colesterol, reduzir o risco de doenças cardiovasculares e também evitar alguns tipos de cancro.
Não desejo tornar-me demasiado exemplificativo sobre todos os benefícios e estou seguro que qualquer pesquisa na net vos poderá dar uma lista completa de todos os benefícios inerentes a uma dieta vegetariana.
Não quero deixar, no entanto, de referir um dado: Repare-se que a porção na roda dos alimentos aprovada pela OMS destinada á carne têm vindo a ser reduzida sempre que existe uma actualização da mesma. Têm sido um processo lento, mas que penso chegará a um ponto onde esta será definitivamente eliminada.

Respeito pelos humanos:
Por vezes os vegetarianos são acusados de se preocuparem mais com os seres não humanos do que com os seres humanos.

Este pensamento não poderia estar mais errado.
Se, por exemplo, os Estados Unidos reduzissem o consumo de carne em 10%, 100 milhões de pessoas poderiam ser alimentadas de uma forma adequada, através de uma reutilização da terra utilizada para o cultivo de cereais para o consumo de animais produzidos para abate.
Agora imaginem o que poderia ser feito se toda a humanidade abdicasse do consumo de carne.

A criação intensiva de animais para consumo é, desta forma, um desperdício de recursos.
Os dados não enganam: 40% das sementes plantadas em todo o mundo destinam-se á produção de alimentação de gado ao invés da produção de alimentos para os humanos.
É um número incompreensível, nomeadamente se tivermos em conta que todos os anos morrem 60 milhões de pessoas de subnutrição.
Quando tiverem á vossa frente um naco de carne de vaca de 200g, imaginem 50 pessoas subnutridas. Os cereais cultivados para que esses 200 g de carne fossem produzidos seriam os suficientes para garantir uma refeição a essas 50 pessoas.
A libertação animal, afinal, também é a libertação humana.

sexta-feira, 4 de janeiro de 2008

"Lembra-te. Tudo o que ofereço é a verdade, e nada mais."

O argumento do filme The Matrix desenvolve-se em torno da ideia de que todos os humanos vivem numa realidade virtual, programada por um computador denominado Matrix.

Nesta realidade cinematográfica o poder está nas mãos das máquinas que utilizam os humanos como fonte de energia, estando estes num perpétuo estado vegetal, vivendo uma realidade que tomam por verdadeira.Neste cenário de horror os humanos são literalmente cultivados com o propósito de garantir a subsistência energética das máquinas.

Toda a trama gira em torno de um personagem chamado Neo, a quem um misterioso personagem chamado Morpheus, oferece a possibilidade de mostrar a verdadeira realidade e a resposta á pergunta: “O que é o Matrix?”.

Esta proposta é apresentada através de dois comprimidos.

Um vermelho e um azul.

Tomando o vermelho Neo tomaria conhecimento da verdadeira e tenebrosa realidade.

Tomando o azul nada se alteraria e tudo continuaria como até então, aceitando a mentira como verdade.

Quando opta pelo vermelho, Neo é advertido por Morpheus:

"Lembra-te, tudo o que ofereço é a verdade. E nada mais.”

Sem qualquer pretensiosismo é precisamente o que eu quero que este blogue faça, ou seja, que ofereça a verdade, camuflada ao longo dos tempos, de como os humanos tratam as espécies não humanas.

Já tive vários exemplos de pessoas que preferem tomar a pílula azul e manter-se na ignorância por força de que a verdade poderá, porventura, ser tão cruel que os levem a alterar os seus hábitos alimentares e de consumo.

É um comportamento estranho e que não compreendo, onde a ignorância é eleita em detrimento da realidade, de forma a que o palato não seja posto em causa.

É paradigmático o palato prevalecer sobre a verdade.

Nesta perspectiva a pílula azul é reconfortante...

Não sei, logo não sinto.


A ignorância alicerça, dessa forma, a desculpa para perpetuar qualquer prática e hábito apesar destes estarem errados.

Não há nenhum interesse saber o que aconteceu á carne antes de chegar ao meu prato.

A imagem que é difundida e que permanece na cabeça dos consumidores é a de animais felizes a pastarem num prado idílico, verde e florido, sob o céu azul e as nuvens.

É um postal confortável...
A realidade, no entanto, está longe de ser tão paradisíaca...


Os vacas e os porcos são degolados, os vitelos são encarcerados numa jaula que impede qualquer movimento até serem mortos, as galinhas são escaldadas ainda conscientes, os coelhos são esfolados vivos, e a lista de barbaridades perpretadas contra os seres não humanos continua...

Prevalce, mais uma vez o palato, mas também a vaidade, a crueldade e a estupidez humanas.

Existem várias associações (EX: PETA, ANIMAL), documentários (Ex:Earthlings; Meet Your Meat) e livros e ensaios (Ex:Libertação Animal – Peter Singer;Animal Rights and the New Enlightenment - Steve Best) que tem ajudado, e bastante, a que cada vez mais pessoas tomem o comprimido vermelho e conheçam a realidade, com todas as implicações que dai possam surgir.
Eu sou uma dessas pessoas, e a partir do momento que conheci os factos e a verdade, mudei os seus hábitos alimentares e de consumo, pois a realidade é demasiado brutal. Faz-nos pensar e impede-nos de continuar com a mesma conduta.


Se este blogue contribuir para que uma só pessoa mude os seus hábitos alimentares e de consumo já ficarei satisfeito, pois seguramente essa pessoa tentará mudar os hábitos de outra através da verdade, e assim sucessivamente.


Essa é a minha esperança...


Por agora, peço apenas que aceitem o meu convite:
Tomem o comprimido vermelho e lembrem-se... Tudo o que ofereço é a verdade, e nada mais.