quarta-feira, 9 de janeiro de 2008

A Vaca Que Chora...

Se vos pedir para imaginarem uma vaca, a grande maioria imaginará uma vaca num pasto verde.

É essa a imagem que a industria de lacticínios incutiu na nossa percepção colectiva e aquela que grande parte das pessoas toma como verídica.

Nos pacotes, nos queijos, nos iogurte, em todos os derivados do leite, geralmente está sempre uma vaca, ou uma ovelha ou cabra, feliz. A vaca que ri

A realidade está, no entanto, muito longe desta imagem...

O processo de produção de leite é o seguinte:


As vacas leiteiras são confinadas a um pequeno espaço e engravidadas repetidamente, através de inseminação artificial. São obrigadas a ter um cria por ano de forma a assegurar que produzam leite para os próximos 10 meses.

Máquinas especificas para ordenhar são ligadas ás tetas da vaca, num processo doloroso que conduz ao aparecimento de várias doenças como mastites (infecções nas tetas) duradouras e que provocam fraqueza crónica, sendo que muito do leite que lhes é retirado vem com pus e sangue.


Uma vaca no seu habitat natural, têm uma esperança média de vida de cerca de 25 anos, mas as vacas leiteiras são mortas aos 4 ou 5 anos de vida, após já não conseguirem produzir leite nas quantidades requeridas.

Depois de uma curta mas dolorosa vida as vacas são processadas e transformadas em caldos para sopas, ração para animais de companhia ou hambúrguers.

Um dos lados mais cruéis deste processo acontece com as crias das vacas, que são retiradas às mães com apenas um dia de vida.

Os bebés machos são mortos no momento, ou presos em celas diminutas, para serem transformados em carne de vitela.

Às fêmeas, se não forem mortas e transformadas em carne de vitela, aguarda-as um destino igual ao das mães, ou seja, serão criadas para se tornarem vacas leiteiras.

O sofrimento causado ás mães e ás crias é agonizante.

As vacas podem chamar durante dias seguidos pelas suas crias recém-nascidas que lhes são retiradas, e as crias chamam continuamente pelas mães.

As vitelas são muitas vezes sujeitas à amputação das caudas e dos chifres, e ao corte dos testículos, quando se trata de vitelos; são queimadas com ferros quentes para as marcarem, o que lhes provoca queimaduras de terceiro grau; as suas orelhas são furadas para ficarem com brincos de identificação e, aos machos, os cornos são-lhes serrados a sangue frio.

Em todos estes procedimentos extremamente dolorosos (que não são feitos por veterinários), não são administrados quaisquer anestésicos ou analgésicos aos animais para os aliviar das dores extremas que lhes causam.

A carne de vitela, bastante apreciada por muitos consumidores, têm como principais características o facto de ser bastante macia e clara.

O processo que garante que a carne adquira essas "qualidades" é o seguinte:

Os vitelos são colocados numa jaula de madeira que os imobiliza totalmente não sendo sequer permitido deitarem-se. Esta imobilização visa restringir ao máximo qualquer movimento de forma a que o vitelo não ganhe músculo.

A carne macia é uma prioridade.

A cor clara da carne é garantida através de uma alimentação pobre em ferro, que provoca anemia, pneumonia e diarreia.

A falta de ferro é tão sentida pelos animais, que nada na pequena jaula á qual estão confinados pode construído em metal ferruginoso, pois os vitelos entram em desespero para lamber esse tipo de material.


Embora sejam animais com aversão natural à sujidade, a falta do mineral faz com que muitos comam seus próprios excrementos em busca de resíduos de ferro.

A alimentação fornecida é líquida e altamente calórica, de forma a garantir que a carne seja macia e que os animais engordem rapidamente.

Para forçar que os vitelos a comer o máximo possível, nenhuma outra fonte de líquido é oferecida, fazendo com que estes comam mesmo quando somente têm sede.

Com o uso destas técnicas, verificou-se que muitas crias entravam em desespero, ferindo-se pela sua agitação e descontrole no espaço reduzido.

Os produtores, no entanto, encontraram rapidamente uma solução para o problema:
a total ausência de luz.

Os vitelos são mantidos em total escuridão durante 22 horas do dia. A luz somente é acesa nos momentos da limpeza dos estábulos.

Depois de 14 semanas nestas condições os bezerros são pendurados com correntes pelas patas, e degolados com um corte na jugular. Muitos não têm morte imediata e ficam em agonia enquanto lambem o próprio sangue...

Nunca viram a luz do Sol.

Nunca provaram o leite da mãe.

Não acredito que a maioria das pessoas que comem e apreciam esse tipo de carne tenham a menor ideia de todo o processo ligado á sua produção.

A criação de vitelas para abate, um subproduto e uma consequência directa da indústria do leite, é um dos mais imorais e repulsivos crimes cometidos contra as espécies não humanas.

E porquê ?

A importância do leite na saúde humana justificará este cenário?

As vantagens do leite, promovidas pelas empresas produtoras de leite, são muitas...

É indispensável ao crescimento?

A sua ausência pode originar uma carência de cálcio e ferro?

A resposta a estas questões é: SIM

É indispensável ao crescimento do VITELO.

A sua ausência provoca graves carências ao VITELO.

Afinal de contas foi para ele que o leite foi produzido e não para o ser humano.

Ao ser humano não fornece cálcio, nem estimula o crescimento, mas fornece uma extensa lista de problemas, como alergias, flatulência, diabetes, prisão de ventre, infecções no ouvido, intolerância á lactose, doenças cardíacas, cancro da mama, osteoporose, cancro da próstata, doença de Crohn, cólicas, autismo, obesidade, acne, etc...

O facto de que o leite é a maior fonte de cálcio disponível é uma falsidade que assenta numa publicidade brilhantemente executada pela industria de lacticínios que resultou num brainwash global.

O leite contêm grandes quantidades de cálcio, no entanto, este está presente numa forma que torna impossível a sua total absorção pelo corpo humano.

As melhores fontes de cálcio disponíveis aos humanos estão presentes no leite materno, nos vegetais, na fruta e nos frutos secos.

O tratamento ao qual o leite é sujeito também está longe de ser benéfico para o ser humano.

A homogeneização, por exemplo, destina-se a aumentar a data de validade do leite, e têm como consequência a criação de um enzima (xanthine oxidate) que provoca danos no sistema arterial humano com consequências graves.

As hormonas injectadas nas vacas têm consequências graves na saúde humana, nomeadamente gerando graves distúrbios hormonais, especialmente nas mulheres, e menstruação antecipada em crianças do sexo feminino.

As enormes doses de combinados de antibióticos injectados nas vacas estão, posteriormente, presentes no leite e nas pessoas que consomem grande numero de lacticínios.

Não querendo correr o risco de ser demasiado exaustivo, sobre todos os problemas inerentes ao consumo de leite, convido quem estiver interessado , a visitar os seguintes sites , e a verificar e analisar algumas opiniões médicas sobre as consequências do consumo de lacticínios:

http://www.worldchiropracticalliance.org/tcj/2001/feb/feb2001twarner.htm ; http://www.pcrm.org/health/Info_on_Veg_Diets/milk.html ; http://www.pcrm.org/health/Info_on_Veg_Diets/dairy.html ; http://www.notmilk.com/deb/100498.html

A relevância do leite para a saúde humana assenta em inúmeros mitos e dogmas sem qualquer fundo de verdade e sustentam uma industria que movimenta muito dinheiro, o que permite patrocinar campanhas de “sensibilização” sobre os “benefícios” do leite junto dos consumidores.

Factos:
1 º Facto: O ser humano é o único animal que bebe leite produzido por outra espécie.


2º Facto : O ser humano é o único ser vivo que bebe leite em adulto.

3º Facto : As vacas produzem leite pela mesma razão que as mulheres humanas o fazem, ou seja, para alimentar os seus filhos, apenas.

4º Facto: O seu consumo, e dos seus derivados, promove uma industria baseada na exploração de animais.

5º Facto: A carne de vitela, e todo o sofrimento que está inerente á sua obtenção, é um subproduto da industria do leite.

A vaca não ri, a vaca chora...

2 comentários:

Élia disse...

Parabéns pelo blog! Vou visita-lo regularmente e recomenda-lo! Vegan Power!!!

Celeste disse...

Li com atenção este texto. Algumas coisas que aqui estão escritas posso comprovar porque trabalhei numa vacaria. Esta era de produção de leite. Os vitelos só estão um dia com a mãe, mas é-lhes dado o leite delas (era essa aminha função) com um biberon.Depois bebem leite em pó (tadinhas)e não têm muito espaço para andar, mas não era nada tão horrivel como as situações que aqui vi. Espero que este blog chegue a muita gente!