sábado, 2 de fevereiro de 2008

A Nova Revolução

Por razões profissionais tive de jantar com alguns colegas num Rodízio.

Enquanto todos á minha volta mastigavam os animais, eu alimentava-me com as minhas leguminosas, arroz e salada.


O tema sobre a alimentação vegan acabou por se tornar o principal tópico de conversa, e passo-vos a relatar algumas das frases que ouvi:


- “Se as crianças não comerem carne têm problemas de crescimento, e as crianças vegetarianas têm imensos problemas”


- “ Ser ervanário é uma filosofia de vida!”


- “ Os nossos dentes são para rasgar a carne! Isso é ensinado desde a primária!”


-"O Homem sempre comeu carne"

É triste, e ao mesmo tempo interessante, ver como alguns comportamentos estão tão enraizados que qualquer argumento contrário chega a ser considerado quase ultrajante e é prontamente ridicularizado.


Esta questão chega a ter quase um carácter dogmático e aconselho cuidado a quem ousar em afirmar o contrário.


"O costume é capaz de justificar as pessoas em qualquer atrocidade" George Bernard Shaw

Sem querer fazer paralelismo entre as situações, foi impossível não me lembrar do que terão sofrido os abolicionistas quando reivindicaram o fim do escravatura, que foi desde o inicio da humanidade e até ao sec. XIX pedra angular das economias.

E do que sofreram as sufragistas até Kate Sheppard ter conseguido o impensável, especialmente para todos os homens, ao garantir o direito de voto ás mulheres em 1893 na Nova Zelândia.

Não perdi, de forma alguma, a esperança de que a Libertação Animal e, consequentemente, a Libertação Humana é possível, tenho, no entanto, a perfeita consciência que será, porventura, a revolução humana mais difícil de concretizar.

O passo lógico na evolução moral humana será a aceitação dos direitos das espécies não humanas e a aplicação da ética, que actualmente temos reservada à nossa espécie, às mesmas.

"O erro da ética até ao momento têm sido a crença que só devemos aplicá-la em relação ao homem" Albert Schweitzer

É uma demanda que luta por uma revolução e não por uma reforma.

Pelo fim da escravatura das espécies não humanas e contra os humanos que as escravizam.

Os direitos da espécies não humanas, o fim do especismo, é sem dúvida a ideia mais radical de todos os tempos:

Os animais não são alimentação, não são roupa, não são recursos, não são entretenimento.

Todos os que lucram com a exploração animal ridicularizam e criminalizam qualquer pessoa que defenda os direitos das espécies não humanas e banalizam a sua exploração.

A nossa tarefa é transcender a fronteira confortável do humanismo e estendermos qualitativamente a nossa moral às espécies não humanas.

Acredito que os humanos se possam reinventar e encontrem formas que redefinam a humanismo, a cultura e a economia sem o recurso à crueldade.

Anseio que a mesma humanidade que conseguiu superar a tirania e os dogmas religiosos, que superou o racismo e o sexismo consiga agora superar o especismo e abraçar definitivamente uma ética universal que honre toda a vida.

"Primeiro foi necessário civilizar o homem em relação ao próprio homem. Agora é necessário civilizar o homem em relação à natureza e aos animais." Victor Hugo

3 comentários:

Anónimo disse...

E nós vamos conseguir demore o tempo que demorar.Vai ser a coisa mais importante que vamos fazer em toda a nossa vida! Custe o que custar!

Celeste disse...

É ridículo ver a pouca informação de algumas pessoas! o que é um ervanário?! por favor!! e as crianças vegetarianas são muito mais saudáveis que as outras...
quanto ao objectivo de libertação Humana e animal, espero que não de more muitos anos

Élia disse...

Também já passei por situações semelhantes. Normalmente quando se mete um veg no meio de omnívoros a conversa vai sempre parar ao vegetarianismo! Mas continuo sempre a lutar pelo nosso ideal!