terça-feira, 19 de fevereiro de 2008

1, 2, 3 experiência...A história de Britches.

Britches é o nome de um pequeno macaco que nasceu numa colónia destinada á criação de animais para testes na Universidade de Riverside na Califórnia em Março de 1985.

Logo após o seu nascimento foi separado da mãe por “cientistas” e as suas pálpebras foram cozidas.


Na cabeça foi-lhe aplicado um aparelho que a cada 2 minutos emitia um som ensurdecedor.

A 21 de Abril de 1985 activistas da Frente de Libertação Animal (ALF – Animal Liberation Front) entraram no laboratório e salvaram Britches e outros animais, entre os quais cães, gatos e ratos, também sujeitos a testes.


Após ter sido salvo, Britches, apresentava sinais de loucura, comportamento neurótico, espasmos e chorava constantemente sem razão aparente.

Gradualmente estes sintomas desapareceram, e a ALF acabou por encontrar uma mãe adoptiva para Britches num santuário para animais no México.


Esta experiencia macabra, que envolveu 24 macacos recém nascidos, visava o estudo da cegueira em crianças.

Após a ALF entrar no laboratório e revelar junto do público imagens das experiências macabras que ali decorriam, a direcção da Universidade defendeu que estas experiências eram imprescindíveis para o tratamento e conhecimento da cegueira nos humanos.

Estes argumentos, no entanto, não encontraram eco junto da opinião pública, da comunidade cientifica e do Conselho dos Cegos da América e, graças á acção da ALF, 8 das 17 experiências que a Universidade promovia e patrocinava foram proibidas.

Grant Mack, presidente do Concelho de Cegos da América definiu esta experiência como “repugnante e concebida por mentes perversas e doentes”

Infelizmente existem muitos mais testes repugnantes e concebidos por mentes perversas realizados em animais que tornam a vivissecação (dissecção praticada num animal vivo, para estudo) em um dos crimes mais hediondos cometidos pelos humanos contra as espécies não humanas.

Para terem uma ideia do que estou a escrever, posso-vos relatar duas experiências realizadas em animais, que por incrível que possa parecer foram financiadas por bolsas estatais:

A experiência foi denominada de "teste de amor maternal", e consiste no seguinte:
uma macaca foi colocada com o filho nos braços, sobre uma plataforma escaldante.
Motivo: descobrir se o animal usaria o filho para se salvar ou se sacrificaria para salvar o filho.
A macaca sacrificou-se para salvar o filho...

Outro sádico inventou um sistema que permitia amarrar macacos em troncos e atira-los contra uma parede.
Conclusão da experiência: o grau de ferimento é relacionado com a velocidade do veículo.
Duzentos macacos tiveram de morrer para provar essa verdade cientificamente...

Não pensem que estas experiências são casos isolados e raros, pois a cada segundo que passa um animal é morto num laboratório.


Em 2007 estima-se que 400 milhões de animais tenha sofrido e sucumbindo ás mãos de “cientistas” em todo o mundo.

A experimentação animal decorre de forma secreta em laboratórios em Portugal e em todo mundo e enquanto escrevo este post, animais das mais diversas espécies, estão a ser sujeitos a todo o tipo de crueldades.

São queimados, mutilados, têm os seus membros deliberadamente partidos, são forçados a ingerir produtos tóxicos, são-lhes introduzidas nos olhos substâncias nocivas, são sujeitos a radiações, são propositadamente infectados com doenças que muitas vezes nunca os afectariam, entre uma série de outros actos invasivos e dolorosos que são praticados dentro de salas estéreis e fechadas onde o olhar do público permanece quase inacessível.

Estes testes são realizados em nome da ciência, em nome da segurança dos produtos que consumimos e em nome dos progressos da medicina.

A realidade é que estes testes têm como consequência um atraso de décadas na evolução da medicina dadas as diferenças fisiológicas óbvias existentes entre os humanos e as espécies não humanas.

Deixo-vos alguns exemplos (estes exemplos foram compilados do site da ANIMAL em: http://animal.webnation.pt/index.php?option=com_content&task=view&id=105&Itemid=165 )


A vacina contra a poliomielite, que foi muitas vezes referida como um exemplo da razão pela qual as experiências em animais são necessárias, foi na verdade atrasada durante décadas dado que as experiências realizadas em macacos levaram a uma má compreensão do mecanismo infeccioso da poliomielite.


O mesmo aconteceu com a insulina, que, enquanto em experiências com cães se revelava fatal para estes – e, portanto, não segura para humanos –, quando finalmente usada em humanos com diabetes tornou-se vital para salvar-lhes as vidas.

Enquanto a morfina acalma humanos e ratos, no entanto, excita os gatos.

A aspirina causa deficiências aos fetos de gatos e cães, mas não aos humanos.

A penicilina é um excelente antibiótico para humanos, mas mata porquinhos-da-índia. Os porquinhos-da-índia só conseguem respirar pelo nariz e não pela boca, como conseguem os humanos.Um medicamento que se revelou útil na Doença do Legionário em humanos, não preveniu a morte de porquinhos-da-índia infectados com a doença.

O medicamento para o cancro de mama “Tamoxifen” foi designado como um contraceptivo oral. De facto, é-o em ratos, mas em mulheres tem exactamente o efeito oposto. Hoje em dia, é utilizado no tratamento de cancro da mama, muito embora em alguns estudos tenha provocado cancro em ratos.Os ratos são incapazes de vomitar, ao contrário dos humanos.

O medicamento para o tratamento de cancro “6-Azauridine” pode ser utilizado por humanos durante longos períodos, mas, em cães, doses pequenas causam-lhes a morte em poucos dias.

A introdução das transfusões de sangue na medicina foi atrasada durante 200 anos por causa dos seus maus resultados em experiências com animais.


A introdução de transplantes da córnea na medicina foi atrasada cerca de 90 anos devido aos maus resultados em experiências com animais.


Depois de um projecto onde foram usados 18.000 ratinhos, o “Teropterin” foi usado para tratar a leucemia aguda em crianças, mas as crianças morreram mais rapidamente do que se não tivessem sido tratadas de todo.

O medicamento para o coração, “Eraldin”, foi testado em animais de forma satisfatória. Nenhum dos testes feitos acautelou os efeitos secundários que foram registados em humanos: cegueira, problemas de estômago e dores gerais.

O “Opren”, um medicamento contra a artrite que foi testado com sucesso em animais, causou mais de 70 mortes e efeitos secundários graves em 3500 humanos, que incluíam problemas de pele, de olhos, de circulação, de fígado e de rins.

O progresso científico é atrasado pela experimentação animal pois, enquanto se mantêm animais como recursos de investigação baratos e fáceis de conseguir e de utilizar, não há um verdadeiro estímulo para procurar e utilizar métodos não-animais, embora estes sejam mais avançados, fiáveis e eficazes.

Os testes em animais limitam-se a alimentar e a fomentar os financiamentos e as bolsas para investigação bio-médica, bem como o negócio dos criadores de animais para utilização como cobaias.

O negócio e o sadismo sobrepõem-se ao progresso e à ciência.



Se pudéssemos imaginar o que se passa, constantemente, nos laboratórios de vivissecção, não poderíamos dormir em paz e em nenhum dia estaríamos felizes e tranquilos. Dr. Ralph Bircher


Quem desejar aprofundar mais este tema poderá aceder a:


http://www.infonature.org/english/world_news/eng-nature_news_animal_torture.htm


Quem quiser assistir ao video com o resgate de Britches aceda a:


http://www.youtube.com/watch?v=zd95gVyFo5U


sábado, 2 de fevereiro de 2008

A Nova Revolução

Por razões profissionais tive de jantar com alguns colegas num Rodízio.

Enquanto todos á minha volta mastigavam os animais, eu alimentava-me com as minhas leguminosas, arroz e salada.


O tema sobre a alimentação vegan acabou por se tornar o principal tópico de conversa, e passo-vos a relatar algumas das frases que ouvi:


- “Se as crianças não comerem carne têm problemas de crescimento, e as crianças vegetarianas têm imensos problemas”


- “ Ser ervanário é uma filosofia de vida!”


- “ Os nossos dentes são para rasgar a carne! Isso é ensinado desde a primária!”


-"O Homem sempre comeu carne"

É triste, e ao mesmo tempo interessante, ver como alguns comportamentos estão tão enraizados que qualquer argumento contrário chega a ser considerado quase ultrajante e é prontamente ridicularizado.


Esta questão chega a ter quase um carácter dogmático e aconselho cuidado a quem ousar em afirmar o contrário.


"O costume é capaz de justificar as pessoas em qualquer atrocidade" George Bernard Shaw

Sem querer fazer paralelismo entre as situações, foi impossível não me lembrar do que terão sofrido os abolicionistas quando reivindicaram o fim do escravatura, que foi desde o inicio da humanidade e até ao sec. XIX pedra angular das economias.

E do que sofreram as sufragistas até Kate Sheppard ter conseguido o impensável, especialmente para todos os homens, ao garantir o direito de voto ás mulheres em 1893 na Nova Zelândia.

Não perdi, de forma alguma, a esperança de que a Libertação Animal e, consequentemente, a Libertação Humana é possível, tenho, no entanto, a perfeita consciência que será, porventura, a revolução humana mais difícil de concretizar.

O passo lógico na evolução moral humana será a aceitação dos direitos das espécies não humanas e a aplicação da ética, que actualmente temos reservada à nossa espécie, às mesmas.

"O erro da ética até ao momento têm sido a crença que só devemos aplicá-la em relação ao homem" Albert Schweitzer

É uma demanda que luta por uma revolução e não por uma reforma.

Pelo fim da escravatura das espécies não humanas e contra os humanos que as escravizam.

Os direitos da espécies não humanas, o fim do especismo, é sem dúvida a ideia mais radical de todos os tempos:

Os animais não são alimentação, não são roupa, não são recursos, não são entretenimento.

Todos os que lucram com a exploração animal ridicularizam e criminalizam qualquer pessoa que defenda os direitos das espécies não humanas e banalizam a sua exploração.

A nossa tarefa é transcender a fronteira confortável do humanismo e estendermos qualitativamente a nossa moral às espécies não humanas.

Acredito que os humanos se possam reinventar e encontrem formas que redefinam a humanismo, a cultura e a economia sem o recurso à crueldade.

Anseio que a mesma humanidade que conseguiu superar a tirania e os dogmas religiosos, que superou o racismo e o sexismo consiga agora superar o especismo e abraçar definitivamente uma ética universal que honre toda a vida.

"Primeiro foi necessário civilizar o homem em relação ao próprio homem. Agora é necessário civilizar o homem em relação à natureza e aos animais." Victor Hugo